Folha de S. Paulo


Grupo protesta e pede justiça por morte de dentista na Grande SP

Cerca de 150 pessoas protestaram no início da noite desta terça-feira contra o assassinato da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, ocorrido na quinta-feira (25), em São Bernardo do Campo (na Grande São Paulo). O grupo chegou a fechar a pista lateral da Anchieta, no sentido São Paulo.

Suspeito de matar dentista é transferido para prisão de SP
93% dos paulistanos querem redução da maioridade penal
Jornalista estuprada é contra redução da maioridade penal
Alckmin nega seguir 'comoção social' com projeto da maioridade

O protesto começou por volta das 17h30 na rua Copacabana, onde funcionava o consultório da dentista e onde ocorreu o crime. Com camisetas e cartazes, as pessoas homenagearam Cinthya e pediram justiça. Algumas mensagens pediam ainda a redução da maioridade penal --um dos suspeitos do crime tem 17 anos.

O grupo caminhou até a Anchieta, que ficou com a pista local fechada por cerca de uma hora --foram registrados cerca de 4 km de lentidão.

Além do adolescente, foram presos mais três suspeitos. Segundo a polícia, os quatro confessaram participação em roubos, mas um deles --Thiago de Jesus Pereira, 25-- negou ter participado do crime que resultou na morte da dentista.

A polícia, no entanto, diz não ter dúvidas que ele era um dos quatro assaltantes que atacaram Cinthya Moutinho. Os outros detidos são Victor Miguel Souza Silva, 24, e Jonatas Cassiano Araújo, 21.

Adriano Lima/Brazil Photo Press/Folhapress
Amigos e familiares de dentista morta queimada realizam protesto e pedem Justiça em São Bernardo do Campo, em SP
Amigos e familiares de dentista morta queimada realizam protesto e pedem Justiça em São Bernardo do Campo, em SP

O CRIME

Cinthya foi abordada pelos assaltantes quando atendia um paciente em seu consultório. Dois integrantes do grupo ficaram no local e outros dois saíram para sacar dinheiro da conta bancária da dentista.

De acordo com a polícia, o adolescente e Victor confessaram ter jogado álcool e feito ameaças à vítima com um isqueiro enquanto parte do grupo buscava um caixa eletrônico. A quadrilha ficou irritada ao saber que na conta da dentista só havia R$ 30. Ela estava amarrada, com as mãos para trás, quando foi queimada viva.

O delegado Bueno Filho afirmou não ter dúvidas de que foi o adolescente quem colocou fogo na dentista. Em dois depoimentos filmados pela polícia, porém, o rapaz dá versões contraditórias. Em uma, na frente dos outros três suspeitos, admite ter queimado a dentista viva. No outro, sozinho em uma sala, nega.


Endereço da página:

Links no texto: