Folha de S. Paulo


Começa o segundo dia de julgamento do goleiro Bruno e sua ex-mulher

Começou por volta das 9h20 o segundo dia de julgamento do goleiro Bruno e de sua ex-mulher Dayanne Souza, acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em 2010. A sessão, realizada no fórum de Contagem, em Minas Gerais, estava prevista para ser iniciada às 9h.

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Hoje serão ouvidas mais três testemunhas --duas de acusação e uma defesa de Dayanne. O primeiro a prestar depoimento à juíza Marixa Rodrigues será João Batista Alves Guimarães, que presenciou o depoimento do primo do goleiro dado a delegada Ana Maria Santos.

A advogada Renata Garcia da Costa, que também esteve presente durante o depoimento do jovem, já prestou seu depoimento por meio de carta precatória. O relato deverá ser lido durante o plenário.

Em seguida, será ouvido o preso Jailson Alves de Oliveira. Em novembro, ele confirmou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, teria assumido a autoria do assassinato de Eliza.

A última testemunha a falar hoje será Célia Aparecida Rosa Sales, irmã de Sérgio Rosa Sales, réu do processo que foi assassinado.

Além das testemunhas, os réus Bruno e Dayanne também podem ser ouvidos ainda hoje. A expectativa é de que Bruno confesse participação no crime para conseguir uma redução da pena.

Ontem, no primeiro dia de julgamento, a defesa de Bruno dispensou três testemunhas e outras duas faltaram, entre elas, o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, 19, principal testemunha do desaparecimento e morte de Eliza Samudio.

Na sessão de segunda-feira (4), a defesa do jogador tentou desqualificar o depoimento da única testemunha de acusação ouvida até então, a delegada de polícia Ana Maria Santos. O júri foi interrompido por volta das 19h20 de segunda-feira.

Bruno permaneceu quase todo o tempo de cabeça baixa, com os cotovelos sobre as pernas e olhos fixados para os pés. Quando os cinegrafistas e fotógrafos tiveram acesso ao plenário, o ex-goleiro permaneceu no plenário e deixou-se fotografar. Nesse momento mostrou uma Bíblia e pareceu chorar.

Logo no início do julgamento, o advogado Lúcio Adolfo pediu o cancelamento da certidão de óbito de Eliza, emitido recentemente pela Justiça mineira, por entender que a juíza Marixa Rodrigues não tinha competência para emiti-la. Com isso, a intenção da defesa era também suspender o julgamento do goleiro, mas a juíza indeferiu os pedidos.

A delegada ouvida ontem participou das primeiras investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza e ouviu uma das testemunhas-chave do crime, o primo do goleiro, Jorge Luiz Costa, logo nos primeiros dias de investigação do caso.

Durante o depoimento da delegada, Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, a questionou sobre supostas falhas na investigação e apontou conflitos em seu depoimento dados momentos antes à Promotoria.

A estratégia do promotor Henry Castro, primeiro a fazer perguntas à delegada Ana Maria, foi recuperar todo o depoimento no primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, que trouxe à tona toda a trama do desaparecimento e morte de Eliza. Ele cumpriu medida socioeducativa por envolvimento no crime e foi libertado no ano passado.

Durante as perguntas da promotoria, a delegada disse que o rapaz, menor de idade na época, não aparentava ter usado drogas quando prestou depoimento. A ideia era apagar eventual tentativa da defesa do jogador de descreditar o depoimento de Jorge.

Editoria de Arte/Folhapress
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