A Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo determinou nesta terça-feira (29) a suspensão dos lotes de substâncias e soros usados no exame de três pacientes do hospital Vera Cruz, em Campinas (a 93 km de SP). Eles fizeram ressonância magnética no crânio ontem, passaram mal e morreram no hospital, por causas ainda desconhecidas.
Três pacientes morrem após fazer ressonância em hospital de Campinas (SP)
Durante o dia, equipes da Vigilância Sanitária municipal e estadual estiveram no hospital para analisar os equipamentos e retirar os lotes de três tipos de soro (fisiológico, Samtec e Equipex) e de duas substâncias à base de gadolínio para o contraste (Magnevistan e Dotarem), tanto lotes fechados como abertos. O material será analisado no Instituto Adolfo Lutz.
A Secretaria de Saúde de Campinas coordena os trabalhos para apurar o motivo das mortes, e recomendou a todas as unidades de saúde a suspensão dos exames que utilizem o chamado contraste (substância utilizada para deixar mais nítida a imagem do procedimento), exceto em situações emergenciais.
As mortes ocorreram entre 18h e 20h de segunda-feira (28), após os pacientes --Mayra Cristina Augusto Monteiro, 25, Pedro José Ribeiro Porto Filho, 36 e Manoel Pereira de Souza, 39-- terem sido submetidos a exames de ressonância magnética com uso de contraste.
Depois do exame, Monteiro chegou a voltar para casa, mas passou mal e retornou ao hospital. Os outros dois pacientes não chegaram a sair do local. Os três foram atendidos por equipes diferentes, dois deles passaram por um equipamento e receberam um tipo de contraste e outro recebeu um contraste diferente em outro equipamento.
Além de terem passado pelo exame, não há elementos em comum entre a morte das três vítimas. Outras 83 pessoas foram submetidas à ressonância magnética no hospital durante a segunda-feira, e nenhuma apresentou sintomas.
O diretor administrativo do Vera Cruz, Gustavo Carvalho, informou que todas as informações necessárias serão passadas às autoridades e que o hospital também quer que o caso seja esclarecido. Segundo ele, não há riscos graves envolvidos na ressonância magnética com contraste, procedimento feito pelo hospital há 20 anos, em média 1.800 vezes por mês. (MARÍLIA ROCHA)