Folha de S. Paulo


Haddad mira lixo na rua para acabar com enchentes em SP

O pacote de medidas emergenciais do novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para o período de chuvas inclui limpeza intensiva de bocas de lobo em locais de alagamentos recorrentes e controle do lixo depositado irregularmente nas ruas.

Obras inacabadas são causas de enchentes em pontos de SP

Haddad se reuniu ontem à tarde com os secretários e assessores das áreas envolvidas para tratar do assunto. Foi definido um conjunto de 16 medidas emergenciais, todas de baixo custo, segundo ele.

São Paulo tem 132 pontos de alagamentos recorrentes, de acordo com Haddad. Nesses locais, as bocas de lobo e os ramais de águas subterrâneas terão de ser limpos a cada 15 dias. Até então, a limpeza era obrigatória apenas a cada dois meses.

Além disso, as secretarias das Subprefeituras e de Serviços terão de coordenar os trabalhos para garantir que a limpeza seja simultânea.

As bocas de lobo são limpas pelas empresas que cuidam também da varrição da cidade, cujo contrato é administrado pela Secretaria de Serviços. A limpeza dos ramais é de responsabilidade das subprefeituras.

"Não havia coordenação dos trabalhos. A primeira medida é coordenar os trabalhos, sobretudo nessa época", disse Haddad.

Por outro lado, para evitar o entupimento de ramais e bocas de lobo, Haddad vai pedir às empresas de limpeza que instalem contêineres nas áreas de comércio popular -citou como exemplos Bom Retiro, Brás, Pari e ruas Santa Ifigênia e 25 de Março.

Assim, as empresas jogariam o lixo direto nos contêineres, facilitando o recolhimento ou reciclagem.

"O lixo é, muitas vezes, depositado nas calçadas e nas ruas à espera dos catadores. Muitas vezes, com as chuvas, não há tempo suficiente para as empresas coletarem esse lixo ou os catadores recolherem para reciclagem", disse o prefeito.

Haddad também determinou a instalação de mais contêineres nos ecopontos --locais da prefeitura onde os moradores podem jogar entulho-- e o monitoramento diário dos chamados pontos viciados, onde a população joga lixo irregularmente.

ÁREAS DE RISCO

Haddad disse que vai procurar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para firmar um contrato para o monitoramento diário das 93 áreas de alto risco da cidade, onde vivem 98 mil pessoas, durante o período de chuvas.

Segundo o prefeito, a proposta foi feita pelo próprio IPT, um ano e meio atrás, quando foi entregue o mapeamento de todas as áreas de risco. O custo previsto é de R$ 400 mil por mês apenas no período de chuvas.

Também será feita uma reorganização da Defesa Civil nas 31 subprefeituras.


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