Folha de S. Paulo


No Fartura, visitantes colocam a mão na massa e cozinham com chefs

Um espaço envidraçado acomoda oito bancadas de cozinha logo na entrada do festival Fartura, no Jockey Club, em São Paulo. Ali, divididos em duplas, os visitantes comandam as caçarolas sob a orientação de chefs de cozinha renomados.

Durante todo o dia, filas se formaram na porta do local. O casal paulistano Silmara Cosme e Marcos Dutra aguardou mais de 1h30 para garantir espaço na aula da chef Bel Coelho, à frente do restaurante Clandestino.

Eles já haviam participado da primeira atividade, orientada por André de Melo, do Bravo Catering, de Belo Horizonte (MG), que propôs um prato inspirado na croqueta espanhola com queijo e linguiça mineiros. "Achamos fácil fazer a receita com tudo cortadinho e pré-preparado", disse Silmara, referindo-se ao "mise en place" que cada chef fez para os visitantes.

Na demonstração mais disputada, a chef Bel Coelho preparou um filé de pintado defumado guarnecido de purê de banana-da-terra e farofa de jatobá mais caapeba. "Eu sirvo esse prato em um menu-degustação criado a partir do bioma do pantanal", explicou ela.

Também inspirada por ingredientes nacionais, a chef Ana Soares, da Mesa III Rotisseria, de São Paulo, ensinou os participantes a preparar massas frescas aromatizadas com pequi e tempero baiano, uma mescla de cominho, coentro e pimenta.

Em uma aula descontraída, ela passeou entre as bancadas dando dicas das receitas e mostrando diferentes tipos de massa. "Não pode ter medo de ser feliz na cozinha, a gente tem que brincar", disse.

Ana serviu dois pratos aos participantes da atividade e também aos curiosos que observavam sua aula. O primeiro trazia tagliolini aromatizado com tempero baiano em companhia de caldo de feijão-preto, mocotó, espinafre, queijo fresco e vinagrete de jiló. Em seguida, ela ofereceu fettuccine elaborado com pequi, um fruto típico do cerrado, e incrementado com moela, pupunha fresca, quiabo e queijo da serra da Canastra.

DE NORTE A SUL

Pouco depois das 19h, o chef Carlos Kristensen, do restaurante Hashi, de Porto Alegre (RS), coordenou a última atividade no espaço. Ele demonstrou o passo a passo de um prato com ingredientes típicos de seu Estado natal: charque de cordeiro com pirão de queijo artesanal serrano, produzido no município de Bom Jesus.

Em uma das bancadas, Danielle Serrão, de Belém (PA), seguia as instruções do chef. Ela ressaltou a importância do festival na promoção do contato entre profissionais de diversas partes do Brasil e brincou sobre o rigoroso inverno do Sudeste. "O sonho de todo paraense é tomar tacacá no frio e aproveitamos para fazer isso aqui hoje", disse referindo-se ao caldo típico da cozinha do Pará que também é vendido no evento.

A programação do Fartura pode ser vista no site do festival –no qual também há um link para a compra de ingressos.

Chamada Especial Fartura

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