Folha de S. Paulo


Universidade espanhola capacita brasileiros em azeites de oliva

A Universidade de Jaén, da Espanha, iniciou nesta quarta-feira (23) uma série de atividades no Rio de Janeiro para capacitar representantes do setor de alimentos do Brasil na escolha dos azeites de oliva de maior qualidade.

"O Brasil, apesar não ser um grande produtor, é o quinto maior consumidor de azeite de oliva do mundo e nós, por sermos a universidade mais especializada no setor, nos sentimos na obrigação de capacitar proprietários de restaurantes brasileiros para que tenham melhor capacidade de decisão", disse à agência Efe o reitor da Universidade de Jaén, Manuel Parreiras Rosa.

A primeira oficina de formação, que foi seguida por uma degustação aconteceu na sede do Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, e um curso de iniciação mais amplo será oferecido nesta quinta (24) e sexta-feira (25) na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

O curso para "o reconhecimento de azeites de oliva virgens" será oferecido por cinco professores da Universidade de Jaén enviados especialmente ao Brasil a 30 representantes de restaurantes do Rio de Janeiro que se inscreveram na Uerj.

"Os representantes do setor poderão conhecer as diferentes qualidades de azeite de oliva, distingui-las e oferecer aos consumidores produtos de melhor qualidade", disse Parreiras Rosa.

"É para que saibam o que são os azeites de oliva extravirgens, que processos se seguem para obter azeites de oliva de qualidade e como detectar se os azeites de oliva são ou não extravirgens", acrescentou.

A Universidade de Jaén é a que possui o maior número de especialistas no mundo em azeite de oliva por estar em uma província da Andaluzia, no sul da Espanha, que produz 750 mil toneladas do produto por ano, praticamente 25% da produção mundial.

"Como a principal região produtora do mundo temos a responsabilidade de divulgar mundialmente o que chamamos como cultura do azeite de oliva", explicou Parreiras Rosa.

O interesse no Brasil se deve ao consumo de 80 milhões de quilos por ano, o quinto maior mercado mundial, depois de Itália, Espanha, Grécia e Estados Unidos, e pela demanda, satisfeita quase que totalmente com importações, ser crescente.

Enquanto nos outros países o consumo praticamente não varia, no Brasil continua a crescer e, segundo Parreiras Roja, tem um enorme potencial já que o consumo per capita ao ano é de apenas meio litro.

O consumo no Brasil saltou de 17 milhões de quilos na década de 1990 até os atuais 80 milhões de quilos.

Segundo o reitor da Universidade de Jaén, os cursos foram organizados graças a um acordo de cooperação com a Uerj, e a entidade está aberta a novas associações e à possibilidade de ampliar os seminários ou oferecê-los com periodicidade.

"Dependendo do interesse podemos fechar outras formas de cooperação e oferecer mais atividades informativas e formativas", explicou.


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