Folha de S. Paulo


Exportação de tabaco até maio é a menor em 12 anos

Inor Assmann - 7.mai.2011/Gazeta do Sul
SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL, 07-05-2011: Plantação de tabaco em Santa Cruz do Sul (RS). (Foto: Inor Assmann/Gazeta do Sul) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
Plantação de tabaco em Santa Cruz do Sul (RS)

As exportações de tabaco não vão bem nestes primeiros meses do ano.

As receitas obtidas pelo setor somaram US$ 445 milhões de janeiro a maio, o menor valor desde 2005. O volume recuou para 102 mil toneladas, o menor desde 1999, sempre considerados os dados dos cinco meses de cada ano.

Há uma explicação para isso. A produção de tabaco teve uma queda de 25% no ano passado. O Brasil terminou 2016 com estoques bem reduzidos e com pouca matéria-prima para enviar para o exterior.

Apesar deste começo de ano ruim, o setor se recuperará nos próximos meses, segundo Iro Schünke, presidente do Sinditabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco).

SAFRA BOA EM 2017

A safra deste ano deverá atingir 700 mil toneladas, acima das 540 mil de 2016, e o ritmo das vendas externas passará a ser outro a partir deste mês.

O aumento de safra permitirá que as exportações de 2017 fiquem próximas às de 2016, tanto em volume como em receita.

No ano passado, o setor exportou 483 mil toneladas, com receitas de US$ 2,12 bilhões.

Schünke cita o caso da China. O país asiático é um dos principais importadores de tabaco e sucedâneos do Brasil, mas praticamente ainda não veio ao mercado brasileiro.

Nos primeiros meses do ano, a China ainda não está na lista dos principais 20 importadores. Os chineses vão acelerar as compras no mercado brasileiro no segundo semestre.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, atrás da China. Lidera, no entanto, as exportações mundiais, com 30% de participação no mercado internacional.

EFEITO CÂMBIO

Pelo menos 90% da produção brasileira é exportada, o que torna o mercado do Brasil muito sensível ao câmbio.

Quando o valor do dólar está elevado, como ocorreu em boa parte do ano passado, todo o setor se beneficia. O real valorizado, porém, significa menos receitas para toda a cadeia.

Os principais importadores do produto brasileiro são Bélgica, China, Estados Unidos, Alemanha e Rússia.

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Inflação de alimentos cai menos neste mês


Os preços agropecuários recuaram 1,15% no mês de junho no atacado, conforme dados do IGP-10. Em maio, a queda havia sido de 3,1%.

A pesquisa de preços, feita pela FGV, engloba o período de 11 de maio a 10 de junho, e compara os preços médios com os dos 30 dias imediatamente anteriores.

As maiores pressões para a inflação nesse período vieram de feijão e de soja. O feijão teve alta de 44% em 30 dias.

Entre as quedas, as principais foram cana-de-açúcar, laranja e milho. O ritmo de retração dos preços desses produtos, no entanto, já é menor do que o registrado no mês anterior.

O IGP-10 de junho teve retração de 0,62% neste mês. Já o índice acumulado de alimentos no atacado teve alta de 12,67% em 12 meses.


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