Folha de S. Paulo


Produtor europeu sofre com intervenção dos governos

Todas vez que ações políticas interferem na agropecuária o resultado final não é bom. É o que ocorreu nos vizinhos Argentina e Venezuela e o que ocorre, agora, na União Europeia.

Por questões políticas na Ucrânia, União Europeia e Rússia impuseram barreiras em suas relações comerciais.

O resultado foi que os produtores agropecuários do bloco europeu perderam um mercado de US$ 6,2 bilhões por ano na Rússia.

Os números de vendas deste ano dos europeus para os russos mostram o motivo de os primeiros colocarem tratores na rua para protestar contra essa política dos governos na União Europeia.

Um dos setores mais prejudicados é o de suínos, devido à tradicional presença dos russos no mercado do bloco. A Rússia comprava, em média, 744 mil toneladas por ano dos europeus.

Neste ano, com as barreiras impostas pelos dois lados, as compras se limitam a 6.562 toneladas no primeiro semestre. Esse volume registra queda de 88% em relação a igual período do ano passado.

A situação dos produtores de suínos da Europa só não ficou pior porque o bloco conseguiu elevar as vendas para China, Japão e Coreia do Sul.

Líderes nas compras, os chineses importaram 456 mil toneladas no primeiro semestre, 38% mais do que em igual período do ano passado.

A dificuldade dos europeus em exportar o produto para a Rússia fez com que as exportações chilenas para a União Europeia declinassem em 33% neste ano.

Os chilenos exportavam 21% da carne suína importada pela UE em 2011. Neste ano, o percentual caiu para 7%.

Os europeus perderam também o mercado de frango da Rússia. O país absorvia 115 mil toneladas do produto por ano. No primeiro semestre de 2015, foram apenas 472 toneladas, uma queda de 99% em relação a janeiro-junho de 2014.

Mesmo cenário corre na pecuária. As exportações de carne bovina para os russos caíram para apenas 4.721 toneladas no ano, 92% menos do que em igual período do ano passado.

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Brasil avança 1 As exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos aumentaram 110% em volume nos sete primeiros meses deste ano, em relação a igual período do ano passado, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA). Essas exportações são de carne industrializada em lata.

Brasil avança 2 Já do lado do Brasil, as estatísticas indicam uma evolução de 51% em dólares e de 71% em toneladas, quando comparados janeiro a agosto deste ano com igual período do ano passado.

Surpresa Uma das surpresas das exportações de carne bovina do Brasil no mês passado foi a Europa, cujas compras aumentaram 20% em relação a julho, segundo Antonio Camardelli, da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias de Exportadoras de Carnes).

Os números As exportações brasileiras para a Europa somaram 22,7 mil toneladas no mês passado, com receitas de US$ 212 milhões no período.

Em alta A melhora da demanda por carne bovina fez a arroba de boi gordo subir para R$ 145 nesta terça-feira (8) no noroeste de São Paulo, conforme dados da Informa Economics FNP.

Caipira Foi criada norma que trata de aspectos gerais da produção e da rotulagem do frango caipira. Manejo, critérios de abate, controle sanitário, insumos e aditivos, estrutura produtiva, documentação exigida e controles laboratoriais são alguns dos itens da norma.

Trigo A Embrapa Cerrados apresentará nos próximos dias um trigo para o cerrado do Brasil central. Precocidade (115 a 120 dias da emergência à colheita), elevado potencial produtivo e qualidade de panificação são características apontadas pela Embrapa.

Irrigado A variedade é de trigo irrigado e indicada para o Distrito Federal e os Estados de Goiás e Minas Gerais. O rendimento médio é superior a oito toneladas por hectare de grãos, aponta a empresa.


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