Folha de S. Paulo


O troféu escolhido

O Palmeiras escalou seu time misto pela quinta vez seguida, no Allianz Parque. Perdeu da Ponte, do Sport, do Vasco e empatou contra o Cruzeiro, antes de perder do Coritiba. Se vencesse os três jogos que perdeu, estaria à frente do São Paulo, em quarto.

O Santos jogou pela segunda vez com time mexido, ontem. Na primeira, contra o Coritiba, saiu do grupo dos classificados para a Libertadores. Está claro que Palmeiras e Santos deixaram de brigar pela vaga na Libertadores via Brasileirão ao escalarem reservas. Mas a decisão de jogar sempre com titulares não é tão simples quanto parece.

Quarta-feira, o Santos fará seu jogo número 70 na temporada. O Palmeiras vai completar 71. Ricardo Oliveira disputou 61 jogos e Fernando Prass entrou em campo em 67 –entre os jogadores de linha, Vítor Hugo é o recordista com 56.

O Barcelona disputou 60 partidas e foi o clube europeu com mais jogos na temporada passada. Messi foi titular 56 vezes e reserva uma. Neymar participou de 51 partidas, mas em 18 não foi titular.

A diferença já foi maior, mas o ano no Brasil ainda tem dois meses a mais do que na Europa, comparando o número de partidas.

Perder a vaga na Libertadores pelo campeonato obriga Palmeiras e Santos a fazerem o jogo da vida, quarta. Mais do que o torneio continental, importa mesmo o título.

O Santos tem algumas vantagens. O jogo santista flui mais, é mais envolvente, mais veloz, sempre há mais chances de gol. Dorival Júnior é um dos responsáveis por isso. Não é o único.

Lucas Lima joga com Gabriel há dois anos. Antes de enfrentar o Corinthians, pela Copa do Brasil, Gabigol pediu a Lucas Lima que assistisse a gols do Barcelona. Queria copiar as enfiadas de Messi para Neymar. Gabriel disse que o primeiro gol contra o Corinthians foi resultado desse diálogo.

Não é só por culpa de Marcelo Oliveira que o Palmeiras joga mal e faz ligação direta há dois meses. Quando venceu o São Paulo por 4 a 0, as jogadas saíam rápidas e pelo chão.

Uma hipótese para o Palmeiras ter caído tanto é a dificuldade de Marcelo Oliveira para lidar com 25 jogadores do mesmo nível. Sempre haverá alguém infeliz, se não houver habilidade para mostrar que só vai jogar quem estiver melhor.

Dudu joga como armador, mas não arma. Por ter Dudu e Gabriel Jesus como referências da equipe, o Palmeiras tenta sempre a jogada em direção ao gol. Esquece que às vezes é necessário trocar mais passes, ter paciência.

Se o Palmeiras jogar como em suas dez últimas atuações, com a bola batendo no ataque e voltando para a defesa, o Santos vencerá o jogo e o torneio. O time de Gabriel e Lucas Lima é mais rápido, mais habilidoso e mais efetivo.

As trocas de posições entre Gabigol e Lucas Lima são impossíveis de se marcar. O drible também pode decidir a final, como aconteceu na Vila Belmiro.

Para vencer, o Palmeiras precisa ter a capacidade de rodar a bola, inverter o lado da jogada e não errar passes. Atacar e não oferecer o contra-ataque.

Editoria de arte/Folhapress
Campinho PVC 30.nov.2015

Diminuir a velocidade da partida, não com faltas, mas com posse de bola. É difícil fazer isso com Dudu, Gabriel Jesus e Barrios juntos.

Santos e Palmeiras jogaram seis vezes na temporada. Sempre o mandante venceu, sempre por um gol de diferença. Então, o Palmeiras pode ser campeão. Mas vai precisar jogar mais do que está jogando.

VAI, LUÍS FABIANO
Luis Fabiano anunciou que combinou não ir a Goiânia para enfrentar o Goiás, porque combinou que se vencesse o Figueirense poderia escolher. Não! Se o São Paulo empatar no Centro-Oeste e perder a vaga, Luis Fabiano ficará marcado para sempre. Não importa o gol de sábado.

MURICY NO FLA
O Atlético entregou os pontos e já considera Muricy o novo treinador do Flamengo. O Inter deve manter Argel no comando técnico. A oposição no Flamengo quer outro técnico, mas o treinador quatro vezes campeão brasileiro já disse publicamente que sonha dirigir a equipe. Deverá dirigir.


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