Folha de S. Paulo


Outros 500

RIO DE JANEIRO - Eram 2.000 dias, hoje restam menos de 500. É o tempo que o Rio dispõe até receber a primeira Olimpíada a ser realizada na América do Sul. A abertura ocorrerá em 5 de agosto de 2016.

A candidatura carioca era a mais cara. Derrotou Chicago, Madri e Tóquio, mais ricas e com menos problemas a resolver. A previsão de custos –hoje em R$ 38 bilhões– deve subir.

O prefeito Eduardo Paes usou a festa como pretexto para propalar a refundação do Rio. Para viabilizar tal projeto, passou anos reverenciando o governo federal pelos bilhões injetados na cidade. Nesta semana, as mesuras terminaram com ação na Justiça do prefeito contra a União para conseguir uma indexação menor na dívida.

É provável que o Rio consiga terminar as arenas para a Olimpíada. Os riscos maiores estão no conhecido problema das grandes cidades brasileiras: a mobilidade.

São 7,5 milhões de ingressos colocados à venda para competições, durante 17 dias, em arenas situadas em quatro regiões distintas da cidade.

A eficiência do transporte público será decisiva, especialmente a dos BRTs (ônibus em vias expressas exclusivas) e a do metrô. Apesar de incensados pelo prefeito como a salvação do transporte na cidade, esses ônibus enfrentam problemas.

"O BRT é lotado por conta do seu sucesso", disse Paes. É evidente que houve falhas no planejamento da retirada das linhas auxiliares e da quantidade de BRTs.

A Transolímpica, eixo entre o Parque Olímpico na Barra da Tijuca e o complexo de esportes em Deodoro, deve ficar pronta em cima da hora. A extensão do metrô, fundamental para chegar à Barra, está atrasada. Terá pouco tempo de teste e uma estação a menos do que o planejado.

A medalha para o Rio virá se, ao fim da competição, o transporte for mais eficiente e confortável. A linha de chegada está tão distante que nem sequer aparece ao longe.


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