Folha de S. Paulo


A lista de alvos da Al Qaeda

Stephane Charbonnier, editor do Charlie Hebdo que foi morto por miliantes islâmicos hoje, estava na lista dos principais alvos da Al Qaeda.

A lista, "procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o Islã", foi publicada originalmente em 2013, na revista "Inspire", da Al Qaeda, e voltou a circular nas redes sociais nesta quarta.

O escritor indiano Salman Rushdie, a ativista somali Ayan Hirsi Aali e cinco cartunistas que fizeram charges satirizando o Islã também aparecem como inimigos a serem eliminados.

"Sim nós podemos", diz a ilustração que acompanha a lista, parafraseando o slogan de campanha do presidente americano Barack Obama.

"Uma bala por dia mantém os infiéis afastados —defenda o profeta Maomé, que a paz esteja com ele".

Como ilustração, uma foto do pastor Terry Jones levando um tiro na cabeça. Jones, que também está na lista, entrou na mira dos extremistas ao queimar o Alcorão em eventos na Flórida.

Entrevistei Terry Jones em 2012, no norte da Flórida. Na época, ele afirmou: "O islã não é uma religião compatível com a sociedade ocidental, pois o Ocidente é baseado em três elementos básicos: liberdade de expressão, de imprensa e de religião. O islã não tolera crítica."

Cinco pessoas da lista estão relacionadas a charges consideradas "ofensivas" ao Islã: Carsten Juste e Flemming Rose eram o editor-chefe e editor de cultura no jornal dinamarquês "Jyllands-Posten", que publicou charges satirizando Maomé. Kurt Westergaard foi o autor de charges no jornal.

Lars Vilks, cartunista holandês que também satirizou o islã, é outro da lista. Assim como Molly Norris, que propôs o dia de "todo mundo desenha o Maomé" para combater a censura.

O escritor indiano Salman Rushdie passou anos escondido depois de ter um fatwa (sentença de morte) decretado por causa de seus livro "Os Versos Satânicos", considerado blasfemo pelos radicais islâmicos.

Outros nomes são o político holandês de direita Geert Wilders e Morris Sadek, que disseimou um vídeo satirizando o Islã.

Acessei a mais recente edição da revista "Inspire" da Al Qaeda, de dezembro passado. Além de receitas detalhadas para fabricar bombas e driblar a segurança para entrar em aviões, a Al Qaeda acrescenta mais nomes à sua "hit list". Identificados como "alvos de alto perfil da economia americana" aparecem Ben Bernanke, (que eles incorretamente identificam como atual presidente do Fed - ele deixou o posto em fevereiro de 2014) e o fundador da Microsoft, Bill Gates.


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