O núcleo FHC da campanha de Aécio Neves discute lançar na próxima semana o nome de Marina Silva ou José Serra para ocupar o cargo de chanceler em um eventual governo tucano.
Os nomes seriam "vazados" antes do segundo turno, como maneira de gerar um fato novo na campanha e criar mais uma "onda positiva", segundo a Folha apurou.
A ideia parte de um diagnóstico de conselheiros de política externa do candidato: de que o Itamaraty precisaria ser chefiado por um político para voltar a ganhar relevância.
No caso de Marina Silva, a escolha seria semelhante à de Barack Obama, que nomeou Hillary Clinton, sua rival nas eleições primárias em 2008, secretária de Estado (cargo equivalente a chanceler).
Serra também seria cogitado para o Ministério do Desenvolvimento.
Marina negou recentemente ter recebido convite.
Outros cotados para o posto, caso se opte por uma solução "caseira", são Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP, e Sergio Amaral, ex-porta-voz e ministro do Desenvolvimento no governo FHC.
Barbosa não é bem visto pela ala de Alckmin, porque colaborou muito proximamente com Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, na eleição para o governo.
Embora alguns alckmistas garantam que não há mais nenhum mal estar entre os dois. Eles apontam que Barbosa até colaborou com o programa de governo de Alckmin.
Marina poderia usar o ambientalismo como a nova bandeira de política externa, na avaliação de conselheiros do candidato. Ela discorda da posição adotada pelo Itamaraty, que vê como excessivamente defensiva e "soberanista".
"Ela gostaria de ver o Brasil bem mais ambicioso nas negociações internacionais de clima", diz uma fonte próxima de Marina.