Folha de S. Paulo


Financiamento de veículos terá queda de juros maior que Selic, diz setor

A taxa de juros para financiamento de veículos deverá cair em ritmo maior que a Selic até o fim deste ano, afirma Luiz Montenegro, presidente do Banco Toyota e da Anef, entidade das empresas financeiras ligadas a montadoras.

A projeção é que a Selic termine este ano entre 7% e 7,5%.

"Para nós, é mais difícil fazer uma perspectiva de longo prazo, a taxa depende do DI futuro. Mas os juros do mercado devem cair um pouco mais, pois a inadimplência tende a melhorar", diz ele.

Até agora, a redução da Selic tem sido mais acelerada, mas os atrasos de pagamento de veículos caíram nos últimos meses.

A inadimplência de pessoas jurídicas recuou de 5,6%, em junho de 2016, para 3,8%, no mesmo mês deste ano. No caso de pessoas físicas, a queda é ainda menor, de 0,2 ponto percentual em um ano.

Os recursos liberados para financiamento também cresceram de forma mais acelerada que no início de 2017.

Até julho, foram R$ 54,1 bilhões, um aumento de 20,1% em relação a 2016.

"A base de comparação é fraca, mas a alta reflete um crescimento consistente da confiança do consumidor, apesar das turbulências. Além disso, há a redução dos juros e da inflação, e uma maior estabilidade de câmbio."

A projeção de que serão liberados R$ 96 bilhões para financiamento até o fim deste ano poderá ser revista nos próximos meses, a depender da melhora de projeções das montadoras, diz Montengro.

COM O FREIO PUXADO - Queda da taxa de juros, em % a.a.

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Justiça decide se publicidade deve alertar sobre gorduras

O STJ deve julgar nesta semana um processo da ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) contra uma regra da Anvisa que obriga a publicidade a alertar sobre alimentos com altos teores de açúcar, gorduras e sódio.

A resolução, publicada em 2010, determina que nas peças publicitárias haja um aviso de que o produto contém substâncias que aumentam os riscos de doenças.

Os restaurantes afirmam que a Anvisa não tem competência para determinar como deve ser a propaganda.

O argumento convenceu a primeira instância da Justiça, mas a Anvisa recorreu e, no colegiado de desembargadores do Tribunal Regional Federal de São Paulo, venceu.

A defesa da associação, da qual fazem parte grandes redes de fast food, afirma que o alerta ao fim da peça publicitária constitui restrição à manifestação de pensamento, o que fere a Constituição.

O próprio texto legal já arrola quais as propagandas comerciais que constituem exceção e, portanto, estão sujeitas a restrições: tabaco, álcool, agrotóxicos, medicamentos e terapias.

"Tentar vilanizar o produto não resolve o problema", afirma Eduardo Yoshikawa, consultor jurídico da ANR.

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Acima do teto nos EUA

O orçamento para a abertura da primeira unidade do restaurante Coco Bambu nos EUA, em Miami, estourou em US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões, na cotação atual).

O custo será de US$ 10 milhões (R$ 31,5 milhões).

"Nós tínhamos uma estimativa de US$ 6 milhões (R$ 19 milhões), mas não prevíamos uma consultoria. Os gastos foram maiores", afirma o sócio Afrânio Barreira.

A abertura em Miami é um teste para uma expansão nos EUA. No Brasil, a empresa planeja, em 2018, crescer em cidades de porte médio, como Santo André, Barueri, Osasco e Uberlândia.

Serão cinco unidades novas, com um investimento total de cerca de R$ 50 milhões.

Nas novas lojas, metade do aporte é do grupo de Barreira, e o resto, uma soma de valores de quem vai gerenciar a loja com um outro investidor que pertence à rede.

R$ 600 milhões
Deverá ser a receita em 2017

22
É o número atual de lojas

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No fim da ladeira

A retração da indústria de pneus desacelerou, mas o setor ainda não prevê uma melhora no mercado interno neste ano, afirma Klaus Curt, presidente da Anip (associação do segmento).

As vendas das empresas caíram 0,8% no primeiro semestre de 2017.

As montadoras —que ampliaram sua produção em 23% no período— compraram 9,1% mais das empresas de pneus brasileiras.

"O crescimento das montadoras é baseado em exportações, não há um aumento das compras no país. Poderá haver uma alta no fim deste ano, mas pequena."

A indústria nacional de pneus sofre com a concorrência de produtos chineses, que tem ampliado sua participação no Brasil, afirma Curt.

MERCADO DE PNEUS - Variação das vendas para as montadoras no 1º semestre de 2017, em %*

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Ranking hoteleiro

O Brasil é o país com o sexto maior número de hotéis, pousadas e similares, segundo o Ministério do Turismo.

Ao todo, são 31,3 mil estabelecimentos, quase 23 mil a menos que o maior mercado do mundo, os Estados Unidos, e 11 mil a mais que o sétimo colocado, o México.

Em número de quartos, o mercado brasileiro é o quinto colocado, com 1,01 milhão de unidades habitacionais.

O país tem capacidade para acomodar cerca de 2,4 milhões de pessoas, de acordo com o IBGE, menos da metade dos 5 milhões de leitos do mercado americano.

Os dados dos outros países usados no levantamento, fornecidos pela OMT (Organização Mundial do Turismo), foram coletados em 2015, enquanto os do Brasil são do ano passado.

A variação de um ano para o outro não é tão significativa no setor a ponto de interferir na comparação, segundo técnicos do ministério.

PAÍSES HOSPITALEIROS - Número de estabelecimentos de hospedagem por país

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Mais... O Ministério de Minas e Energia publica nesta segunda (4) uma portaria com diretrizes para os leilões de energia nova, em dezembro.

...prazo O texto deve ampliar alguns prazos para entrega de documentos, a pedidos de setores como PCHs (pequenas hidrelétricas) e térmicas.

Auxílio A classe média emergente tem potencial para destinar US$ 319 bilhões (R$ 1 trilhão) à caridade até 2030, segundo o instituto Idis e a CAF Charities Aid Foundation. A projeção se baseia em doações de 0,5% de sua renda.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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