Folha de S. Paulo


Receita da mineração cai para menos da metade do valor de 2011

Dado Galdieri - 9.mai.2013/Bloomberg
Caminhões carregam minério de ferro em mina da Vale em Barão de Cocais (MG)

A receita do setor de mineração no Brasil caiu pelo quinto ano consecutivo em 2016, quando o valor de vendas em dólares foi metade do verificado em 2012. Os dados são do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

No ano passado, foram US$ 24 bilhões (R$ 75 bilhões na cotação atual), ou 7,7% a menos que em 2015.

A última queda foi menos acentuada que a dos anos anteriores (em 2015, caiu 35%).

O mercado atingiu um patamar que deve ser o padrão durante algum tempo –a previsão para 2017 é de uma receita parecida com as dos dois últimos anos.

RENDIMENTO DECRESCENTE - Soma do valor da produção mineral no Brasil, em US$ bilhões

"As cotações do minério de ferro entre 2011 a 2014 estavam fora da curva, chegaram a US$ 150 (R$ 474 no dólar atual)", diz Marcelo Ribeiro Tunes, diretor do Ibram.

O preço médio da tonelada no último mês foi de US$ 80 (R$ 248), de acordo com a consultoria Metal Bulletin.

Mudanças na demanda e na oferta explicam o novo patamar, afirma Felipe Beraldi, consultor da Tendências.

"Houve acréscimo à produção global. Pelo lado do consumo, a China até melhorou recentemente, mas a longo prazo deve desacelerar à medida em que deixar de investir em infraestrutura."

Os preços para produzir minérios também baixaram, diz Valdir Farias, diretor-executivo da Fioito Consultoria.

"Durante o boom, o preço tornou viável até mesmo a produção na própria China, e isso afetou a oferta. Agora, só permanecem as empresas realmente competitivas."

O Brasil exportou mais minério durante os anos em que a cotação caiu, o que compensou, em parte, a deterioração dos preços.

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Empresa da marca Nivea investe R$ 300 milhões em SP

A Beiersdorf, multinacional alemã dona da marca Nivea, vai investir R$ 300 milhões para ampliar sua fábrica em Itatiba (SP). A unidade existe desde 2003.

O grupo não revela o que irá mudar na sua produção com o aporte, apenas que a extensão da planta deverá ser totalmente funcional até o fim de 2019.

O Brasil é um dos mercados onde houve mais crescimento nos últimos anos, segundo a empresa, mas o setor inteiro teve retração de 9,3% em 2015 (o último dado disponível da Abihpec, a associação do setor).

Pesou na escolha de Itatiba a proximidade com a cidade de São Paulo e outras do interior do Estado, segundo Erminio Lucci, diretor da Investe São Paulo, agência do governo que negociou o aporte com a Beiersdorf.

"Eles querem estar bem posicionados no país nos próximos cinco anos, mas, já hoje, o consumo brasileiro de cosméticos é grande, um dos maiores do mundo."

RANKING DA BELEZA - Mercados de cosméticos, em US$ bilhões

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Além do Sem Parar

A Artesp (Agência de Transporte de São Paulo) homologou a fabricação de uma etiqueta adesiva da Honeywell, usada para cobrança eletrônica de pedágios em rodovias.

O dispositivo, que passará a ser fabricado em março, só é produzido hoje pela operadora Sem Parar.

Com a homologação, as concorrentes terão uma opção com custo até 70% menor que a solução atual, afirma Giovanni Pengue Filho, diretor-geral da agência.

"É um passo para, em cinco ou seis anos, nos aproximarmos da meta de 80% dos usuários com pagamento eletrônico nos pedágios. É o número mágico para pensarmos em um modelo sem cancelas."

O aporte na inovação foi de US$ 2 milhões (R$ 6,2 milhões), diz Luiz Eng, gerente-geral da Honeywell no Brasil.

"Temos mais de 4,5 milhões de dispositivos no Brasil. A expectativa é alcançar um mercado interessado de 40 milhões de veículos."

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Pacote completo

A empresa têxtil Highstil inaugurará uma fábrica no interior de São Paulo para produzir as peças vendidas em suas lojas.

A companhia, que possui uma plantação de algodão na Bahia e uma tecelagem na Paraíba, já verticalizou totalmente a fabricação das camisas polo, responsáveis por 40% de sua receita.

Outros itens, como camisas e ternos, ainda são feitos por terceiros.

A planta receberá parte dos R$ 25 milhões que serão usados em aportes em 2017.

Outra parcela irá para a abertura de 8 a 10 lojas próprias, diz Ron Horovitz, diretor-executivo da Highstil.

"Iniciamos a ida ao varejo em 2015, com duas unidades, e, no ano passado, abrimos mais dez operações."

A aposta no comércio é uma tentativa de difundir a marca entre consumidores, afirma o empresário. Hoje, cerca de 85% do faturamento é obtido com vendas para outras companhias.

1.500
são os funcionários da Highstil

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Em compensação

Quatro empresas aderiram, até agora, ao Programa Seguro-Emprego, nova versão do projeto do Ministério do Trabalho que banca parte dos salários de funcionários da iniciativa privada para evitar mais demissões.

Duas delas são de Manaus, uma de Olinda (PE) e outra de São Carlos (SP).

No total, cerca de 2.100 vagas de trabalhadores de fábricas foram contempladas.

As empresas diminuem a jornada dos empregados em até 30%, com redução proporcional de remuneração. A queda de salário é compensada em parte pelo governo, que garante até metade da perda de valores.

Em contrapartida, a empresa fica proibida de demitir sem justa causa.

Os primeiros contratos terão desembolso de R$ 4,42 milhões por seis meses.

O programa foi implementado por medida provisória no fim do ano passado. Os recursos são do Fundo de Amparo ao Trabalhador. A verba é de R$ 1,3 bilhão.

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O papel... Apesar dos investimentos da Faber-Castell em produtos digitais, o lápis de cor ainda é o produto mais vendido da marca, diz o diretor de inovação, Eduardo Ruschel.

...ainda ganha No último ano, a receita da empresa no Brasil cresceu 7% acima da inflação -trata-se da maior subsidiária da companhia, com 35% do faturamento global.

Lavanderias A 5àsec prevê abrir até 21 franquias em 2017. No ano passado, mesmo com 11 inaugurações, a receita da empresa cresceu 0,5%.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI


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