Folha de S. Paulo


Briga de Peixe Urbano e Hotel Urbano deve seguir após decisão do STJ

Em disputa no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por um desentendimento a respeito de marca, Peixe Urbano (site de ofertas) e Hotel Urbano (agência de viagens on-line) devem se enfrentar nas cortes mesmo depois da decisão sobre quem pode usar o Urbano no nome.

Na terça (9), o STJ ouviu as partes em um processo que o Peixe Urbano move contra o Hotel Urbano, que foi criado depois do site de descontos.

Um ministro pediu vistas e o processo foi suspenso. A discussão é se o mercado relevante dos dois é o mesmo.

Pessoas ligadas a ambas as empresas afirmam que, qualquer que seja o resultado no tribunal, vão seguir com processos para cobrir custos.

"Depois da sentença, queremos discutir o valor de ressarcimento. O Hotel Urbano violou propriedade intelectual e vai nos pagar", diz Bruno Raposo, diretor de operações do Peixe Urbano.

Na conta, devem entrar até valores que foram repassados ao Google: o Peixe Urbano reclama que o Hotel Urbano começou a pagar para que seu site aparecesse no topo dos resultados de pesquisas.

Como a publicidade no mecanismo de buscas funciona por sistema de leilão, isso levou a uma escalada de preços pelo nome Peixe Urbano.

"Isso é livre concorrência, o Google não proíbe a compra de links", responde José Eduardo Mendes, fundador e sócio do Hotel Urbano.

"Gastamos muito com advogados e vamos processar se vencermos. É uma guerra que ninguém vence, mas já ganhamos em primeira instância."

CONTEXTO
Histórico: ação movida pelo Peixe Urbano foi julgada improcedente na primeira e na segunda instâncias

Registro de marca: garante ao proprietário o direito de uso exclusivo em seu ramo de atividade econômica

Mercado relevante: conceito que define se há concorrência entre as firmas. Leva em consideração produto e geografia. A ideia é determinar se é possível a substituir um produto por outro

Mais: outras 17 empresas com sites que usam a palavra Urbano foram notificadas extrajudicialmente pelo Peixe Urbano

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LIGAÇÃO ITALIANA

A AlmavivA do Brasil, de contact center, recebeu da italiana Simest um aporte de R$ 50 milhões no capital da empresa.

A Simest é um órgão governamental que promove o desenvolvimento de companhias daquele país fora da União Europeia.

Por fazer parte do Grupo AlmavivA, de origem italiana e especializado em tecnologia da informação e comunicação, a operação no Brasil se enquadra nesse perfil, segundo explica Francesco Renzetti, CEO da AlmavivA do Brasil.

Com a injeção de recursos, o órgão estatal italiano passa a deter 5% das ações da unidade brasileira.

"Esse aporte confirma a nossa aposta no Brasil e também a do governo da Itália no país", diz Renzetti.

"O maior problema no Brasil é o custo do dinheiro. Com esses recursos, vamos trocar a dívida cara e poderemos manter nossos investimentos, como fizemos nos últimos cinco anos."

Neste ano, a empresa aplicará cerca de R$ 40 milhões -80% em tecnologia. No ano passado, foram aportados R$ 60 milhões.

R$ 111 MILHÕES
foi o Ebitda no Brasil em 2015; a projeção para este ano é de R$ 150 milhões

R$ 200 MILHÕES
foi a dívida no fim do ano passado

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Busca por crédito universitário privado aumenta no 1º semestre

No primeiro semestre deste ano, aumentou a busca por crédito universitário privado, segundo as empresas que oferecem esse produto.

No Bradesco, o volume contratado para graduação cresceu de R$ 1,3 milhão, no segundo semestre do ano passado, para R$ 4,1 milhões.

"A gente esperava que as últimas mudanças no Fies, em 2015, fizessem o interesse subir. O programa ajudou a criar uma cultura de financiamento", diz João Carlos Gomes da Silva, do banco.

Na Ideal Invest, a procura cresceu 70% em relação aos seis primeiros meses de 2015.

"Para aprovarmos mais contratos, as faculdades nos pediram para criar um modelo em que metade do risco de calote é nosso, e a outra metade, delas", diz Carlos Furlan, presidente da empresa.

A gaúcha Fundacred passou de 28 a 100 instituições atendidas, e o volume contratado foi de R$ 45 milhões.

O Santander ainda não detém a linha de crédito para graduação, mas estuda oferecê-la para o ano que vem.

O que é?
Funciona como um empréstimo. O estudante recebe o crédito para pagar a faculdade. Se o curso dura quatro anos, o aluno costuma ter oito para pagar

Como funciona?
Ao contrário do Fies, esse tipo de financiamento pode ser feito para pagar um semestre de curso. O prazo para pagamento costuma ser de 12 meses

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COLHEITA PROTEGIDA

A arrecadação de seguros rurais disparou 59% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2015, aponta a CNSeg, entidade do setor.

Em 2015, o crescimento nominal do ramo havia sido de 13%. O salto maior se deu no segundo trimestre deste ano, com aumento de 75,7%.

A procura foi motivada pela liberação de crédito neste ano e pela quebra de diversas safras no país, segundo Wady Cury, diretor-geral do setor do Grupo BB e Mapfre.

"É uma situação que induz a uma maior consciência dos produtores", afirma.

O segmento, porém, ainda tem participação limitada. O montante acumulado no primeiro semestre foi de R$ 1,6 bilhão –o total do setor de seguros foi de R$ 113,9 bilhões.

O mercado como um todo cresceu 6,4% no período. As indenizações e resgates, porém, aumentaram 14,3%.

"É um momento adverso, mas o investimento em proteção continua forte", diz Marcio Coriolano, presidente da confederação.

EM SEGURANÇA - Mercado de seguros no 1º semestre de 2016

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No ar
A Aircraft Propeller Services investiu R$ 4,5 milhões em sua primeira unidade brasileira, em Atibaia (SP). A empresa americana faz manutenção de hélices aeronáuticas. A Anac já deu autorização para a operação.

Na roupa
A Audaces, empresa catarinense de automação de confecções, aportou R$ 17 milhões no desenvolvimento de quatro novos produtos: dois softwares, uma espécie de impressora para moldes e uma máquina de corte.

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HORA DO CAFÉ

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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