Folha de S. Paulo


País deve soltar investimento contratado, diz Abdib

Bruno Santos/Folhapress
São Paulo, SP, BRASIL-09-06-2016: RETRATO VENILTON TADINI - O Presidente Executivo da Associação Brasileira da Infraentrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini (59), na sede da entidade, Zona Su de São Paulo. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** MERCADO ABERTO *** EXCLUSIVO FOLHA***
Presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraentrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini

O país tem cerca de R$ 35 bilhões de investimentos em contratos de concessão já assinados que poderiam ser destravados no curto prazo –R$ 15 bilhões em até seis meses, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

Com as exportações, as concessões em infraestrutura são as apostas do governo para impulsionar o crescimento, gerar empregos e melhorar a competitividade do Brasil.

"Mais do que novas concessões, deve-se cuidar do que já existe", diz Venilton Tadini, presidente-executivo da entidade que representa o setor da infraestrutura.

A associação listou contratos vigentes que têm dificuldades. Em parte deles, há relutância das agências de tomar decisões, principalmente em concessões mais antigas, segundo Tadini.

Em um primeiro grupo de obras, que totalizam R$ 15 bilhões e podem começar até seis meses após a assinatura dos aditivos, há concessões rodoviárias fechadas entre 1994 e 1998, com serviços extracontratuais.

"Esses adicionais atendem demandas não previstas nos contratos originais, como passarelas e vias secundárias", afirma Tadini.

As próprias concessionárias, que já entregaram projetos executivos e esperam resposta dos reguladores, fariam as obras, diz ele.

Um segundo grupo, de rodovias e aeroportos licitados de 2012 a 2014, que somam R$ 20 bilhões e estavam no antigo PIL 1 (programa federal), têm entraves como licenciamento ambiental e dúvidas regulatórias, afirma.

"Há ainda de destravar novas concessões com estudos prontos e potencial de investimento de mais R$ 24 milhões", acrescenta Tadini.

MÃOS À OBRA
Investimentos em contratos já existentes que podem ser destravados

> R$ 15 bilhões em aditivos em contratos entre 1994 e 1998. Aportes adicionais em concessões rodoviárias podem atender demandas que não estavam previstas originalmente, #para ampliar capacidade de tráfego e segurança

> R$ 20 bilhões em concessões entre 2012 e 2014. Contratos de empreendimentos em rodovias e aeroportos enfrentam entraves variados que provocam atrasos ou interrupção nos aportes

> R$ 24 bilhões em lançamentos de novas concessões com estudos prontos.Estudos e projetos para a 2º edição do Programa de Investimento em Logística já foram enviados após chamamento público de empresas privadas

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Associação sugere emissão de títulos lastreados em dívidas com a União

Diante da dificuldade do governo de equacionar o quadro fiscal e a necessidade de o país investir em infraestrutura, a Abdib defende a securitização da dívida tributária parcelada com a União. Trata-se de emissão de títulos de dívida (debêntures) lastreados em recebíveis de fluxo financeiro desses débitos.

Do total do estoque da dívida pública da União (R$ 1,5 trilhões), cerca de R$ 90 bilhões já estão parcelados. Descontados 67% dos repasses para Estados e municípios, sobram R$ 60 bilhões para a União.

Aproximadamente R$ 35 bilhões são de empresas devedoras com bom rating, diz Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib. A União faria uma cessão dos fluxos da dívida tributária para uma securitizadora.

"Os R$ 30 bilhões de debêntures subordinadas da União servirão de lastro do Fundo Garantidor de Infraestrutura e ou do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas", afirma. "O Estado simplesmente troca títulos por dinheiro imediato. Não é uma operação de crédito, nem de antecipação de receita do orçamento."

Como forma de viabilizar a proposta de securitização, o executivo cita o projeto de lei no Senado (PLS 204/2016), de José Serra, atual ministro das Relações Exteriores.

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DÍVIDA TRANSFERIDA A operação de recebíveis parcelados de R$ 90 bi

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A margem foi engolida

A receita das franquias de hambúrgueres e sanduíches foi a mais alta do setor de alimentação no ano passado, segundo pesquisa da ABF (associação de franquias).

Uma lanchonete faturou, em média, R$ 2,75 milhões. Os restaurantes de massas ficaram em segundo lugar, com R$ 2 milhões de receitas.

"Redes de produtos com tíquete médio baixos tiveram resultados bem maiores no ano passado", diz João Baptista, coordenador da ABF.

arte comida

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Novo e barato

Novos pratos, mais baratos, impulsionaram o faturamento do Giraffas, rede que oferece hambúrgueres e também refeições brasileiras.

"Não são necessariamente promoções, mas novidades que entram no cardápio com preço médio mais baixo, que têm margem compatível com os outros itens", diz o diretor-executivo Alexandre Guerra.

Esses produtos representaram 20% de tudo o que foi vendido pela marca em 2015.

Tanto entre as redes de hambúrgueres como as de comida brasileira, os aumentos de preços foram de cerca de 8% -portanto, abaixo da inflação do ano, de 10,67%, segundo o IPCA.

No Giraffas, o desempenho deste ano é parecido com o de 2015, e não caiu a demanda de franqueados.

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*Pratos cheios * As franquias de pizzarias e as de cardápio de apelo saudável foram as que tiveram maior aumento de faturamento no ano passado, mas, ainda assim, ambas ficaram aquém da inflação, com cerca de 6,8%.

*Mesa vazia * Já as de doces, bolos e chocolates tiveram a maior queda de receitas, de 3,9% em termos nominais. Na média, franquias de alimentação tiveram perdas reais, pois a receita cresceu 1,6%, bem abaixo da inflação.

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Longe de casa

Nove de cada dez empresários se sentem estressados em algum momento de suas viagens de negócios, segundo o site de turismo Booking.com.

O maior incômodo são atrasos e cancelamentos de voos (47%), seguido pela diferença de fuso horário (35%), distância de parentes e amigos, e filas nos aeroportos (ambos com 34%).

De oito nacionalidades ouvidas no levantamento, os franceses são os que se dizem menos estressados.

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Hora do café

Mandrade/Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 13.jun.2016
Charge Mercado Aberto

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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