Folha de S. Paulo


Empresas de locação de geradores sentem só agora os efeitos da crise

Companhias de locação de geradores começaram a sentir somente neste ano os efeitos da retração econômica.

A alta do preço da energia gerou maior demanda em 2015 e garantiu crescimento acima do esperado. Agora, com a eletricidade mais barata, os pedidos caíram.

Na Autogeradora, a queda chegou a 15% entre janeiro e março. Reflexo da situação de seus maiores clientes: a indústria e a construção civil.

"Se crescermos 5% neste ano, será ótimo. Em 2015, a alta foi de 20%", diz Regis Moreira, da Autogeradora.

A energia por geradores é quatro vezes mais barata que a dos distribuidores nas horas de pico, diz Moreira. "Para a indústria, há sobretaxa nesses horários para não faltar para residências."

A Stemac fechou 2015 com alta de 7%, contra 3,5% no ano anterior. Agora, as vendas estão estagnadas.

"Sem a crise hídrica [que subiu preços e aumentou o risco de apagão] para compensar, sentimos a paralisação da indústria", afirma o presidente Jorge Buneder.

A Tecnogera antecipou em um ano os planos de expansão internacional. Ela abrirá em breve filiais em Peru e Argentina e já estuda outras na Colômbia e no Chile. "Precisamos compensar a queda no mercado interno", justifica o presidente Abraham Curi.

A Kiyoshi, por sua vez, teve alta de 11% na demanda no ano passado. Nos últimos meses, o número caiu.

"Tudo que planejamos cortar em 2015 à espera da retração, acabaremos fazendo neste ano", afirma Lucas Leão, da Kiyoshi.

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Águas internacionais

A rede Igui Piscinas quer aumentar em 50% o número de franquias no exterior até o fim do ano. Hoje, são 170 em 33 países.

Entre os destinos, estão a Turquia, a Índia, países da América Latina e os Estados Unidos, onde a marca já tem três lojas, nos Estados do Texas e de Miami.

"O formato de franquia permite que entremos nos países com um parceiro que nos ajuda a adaptar o produto à cultura local", afirma Filipe Sisson, presidente da companhia.

O custo para abrir uma franquia internacional é de US$ 50 mil (R$ 180 mil), valor que inclui o primeiro contêiner de piscinas.

As lojas são abastecidas por 45 fábricas em quatro países: Brasil, México, Argentina e Portugal.

Nesse ano, a marca planeja ainda abrir um escritório na Argentina, que ficará responsável por vender franquias no país e aos vizinhos.

No Brasil, onde a marca tem mais de 350 lojas, o projeto é abrir uma fábrica no Ceará. "Queremos crescer no Nordeste, onde ainda temos pouca presença", diz Sisson.

Karime Xavier - 17.mar.2016/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL - 17/03/2016 -11 :00h - RETRATO DE Filipe Sisson, presidente da rede de lojas de piscinas Igui, que vai expandir em 50% sua presença no exterior. - ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO ABERTO
Filipe Sisson, presidente da rede de lojas de piscinas

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Fila para vistoria de produtos médicos cai, mas segue longa

A fila para importar produtos médicos caiu 18% nos últimos dois anos, mas continua longa e demorada.

Há 790 pedidos de fábricas estrangeiras que aguardam a inspeção da Anvisa para obter um certificado de boas práticas. Mais da metade foram feitos há mais de dois anos, e 121 são de 2011.

"Os produtos inovadores tardam a chegar. Se nada for feito, estaremos sempre defasados", diz Paulo Henrique Fraccaro, presidente da Abimo, associação da indústria de equipamentos médicos.

Em dezembro de 2015 a Anvisa permitiu, pela primeira vez, que um órgão auditor externo fizesse a vistoria de um fabricante estrangeiro.

A ação integra um programa para acelerar o processo, em parceria com agências reguladoras de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão,.

O projeto é apontado como uma possível saída pelo presidente da Abimed (associação da indústria produtos médicos), Carlos Goulart.

"É um processo embrionário, mas acende uma luz no fim do túnel", afirma.

Três certificações já foram feitas dentro do programa e outras 81 estão sob análise de órgãos auditores externos.

anvisa

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Esqueceram de mim

Os brasileiros não sabem dizer quem são as empresas patrocinadoras da Olimpíada no Rio de Janeiro, aponta pesquisa da Hello Research.

Apenas cinco das dez marcas mais citadas pelos 1.200 entrevistados de fato investem no evento esportivo.

A mais lembrada, com 29% das respostas, é o Banco do Brasil, "provavelmente por aparecer muito em uniformes de atletas e times que patrocina", diz Davi Bertoncello, presidente da Hello Research.

A enquete apontou ainda que apenas 7% estão dispostos a comprar um dos mais de mil produtos licenciados com a marca da Rio-16.

"Essa é uma compra majoritariamente por impulso. Quando chegarmos mais perto da competição, a porcentagem deve aumentar", afirma Bertoncello.

Copa

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O que rege...O excesso de regulamentação é a principal preocupação dos diretores-executivos de empresas de seguros, aponta uma pesquisa da PwC feita com 101 respondentes. Trata-se de um risco para 94% deles.

...e o que transforma As mudanças tecnológicas são vistas como ameaças para 70% dos entrevistados, e 60% se disseram preocupados com novos hábitos dos clientes. O estudo foi feito em 43 países diferentes.

Vai pra Cuba A agência de comunicação e gestão de imagem Llorente y Cuenca, de origem espanhola, abriu um escritório em Cuba para atender empresas estrangeiras que pretendem começar a fazer negócios na ilha.

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Hora do Café

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 20.mar.2016
charge

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN


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