Folha de S. Paulo


Brasil deve ter a segunda maior alta de preços médicos da América Latina

O Brasil é o segundo país latino com maior inflação médica prevista para 2015 —alta de 17%, atrás apenas da Argentina (29%), segundo levantamento da Mercer Marsh.

"A inflação é impactada, sobretudo, pelo câmbio, já que muitos equipamentos são importados e uma série de investimentos vêm de fora, atrelados ao dólar", diz Renato Cassinelli, da consultoria.

As altas da moeda norte-americana em relação ao real devem continuar a impactar a área de saúde, diz o analista.

"As empresas também estão muito preocupadas com a sustentabilidade dos planos médicos dentro da sua estrutura de custo."

Em toda a América Latina, a alta dos preços no setor médico é, em média, duas vezes maior que a verificada na maioria dos 29 países que foram analisados no estudo.

Na região, esse aumento de gastos, que é um dos principais responsáveis pelo maior custo na folha de pagamento das empresas, tem crescido acima dos salários.

"Os avanços na medicina e a população mais longeva, por isso mais dependente de tratamentos sofisticados, ajudam a elevar o índice nesses países", avalia Cassinelli.

Na Ásia, as maiores subidas de preços devem ser no Vietnã (23,4%),na Tailândia (17,8%) e na Malásia (16,1%).

Já entre os europeus, Rússia e Turquia são os países em que estão previstas as maiores elevações, de 16,9%, 15,7%, respectivamente. Portugal (1,3%) e Itália (2%) devem ter os menores índices.

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Importação de bens de consumo diminui 40%

A alta do dólar e a retração do varejo fizeram com que a importação de bens de consumo no país caísse 40% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2014.

O número é de levantamento da Abcon (entidade que reúne o setor) feito com suas associadas.

A pesquisa também apontou que foram fechados cerca de 10 mil pontos de venda até agora, o que representa um declínio de 18% em relação ao ano passado.

Hoje, são aproximadamente 45 mil estabelecimentos que comercializam os itens desembarcados no país.

"O mercado está parado. Não tem giro de mercadoria. As lojas estão trabalhando apenas com seus estoques", afirma o presidente da entidade, Gustavo Dedivitis.

O desempenho do setor se agrava, de acordo com o empresário, porque os importadores não conseguem repassar para o varejo o incremento dos custos gerado com a elevação do dólar.

A entidade projeta um resultado ainda pior para o Natal. "A expectativa é de uma queda nas vendas de, no mínimo, 50%", diz Dedivitis.

O segmento enfrenta dificuldades desde o fim de 2013.

Marlene Bergamo - 9.mai.07/Folhapress
O presidente da associação brasileira de importadores de produtos populares, Gustavo Dedivitis
O presidente da associação brasileira de importadores de produtos populares, Gustavo Dedivitis

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Contracorrente

Os novos lançamentos no mercado e a alta do dólar levaram o setor de brinquedos brasileiros a projetar 15% de crescimento em 2015, segundo a Abrinq (associação de empresas do segmento).

Neste ano, o faturamento deverá ser de R$ 5,9 bilhões. Em 2014, o valor foi de R$ 5,1 bilhões. "A família brasileira viajou menos por causa do dólar. Está com mais dinheiro", diz Synésio Batista da Costa, presidente da entidade.

A valorização da moeda estrangeira também ajudou a aumentar o preço do produto importado, fazendo com que a indústria nacional ganhasse em competitividade.

Ao longo de 2015, 1.400 produtos novos chegaram às lojas e ainda há uma reserva de mais 300 para serem lançados no Natal.

"É uma maneira de disputar a atenção das crianças, especialmente contra os smartphones e tablets."

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Bronze Carnívoro

Os brasileiros ficaram em terceiro lugar em 2014 entre os maiores consumidores de carne vermelha processada, segundo dados da OCDE.

O país ingeriu cerca de 27 kg do alimento per capita, atrás dos vizinhos argentinos (41,6 kg) e uruguaios (37,9 kg).

Em seguida na lista, aparecem os norte-americanos (24,5 kg), os australianos (21,6 kg) e os israelenses (19,2 kg).

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Mão... Os desembolsos do BNDES para as construtoras ficaram em R$ 4,5 bilhões nos oito primeiros meses deste ano– uma queda de 32,2% em relação ao mesmo período de 2014, segundo um levantamento da Fiesp.

...fechada No setor de infraestrutura, a retração de recursos do banco é de 25,8%, com R$ 25,9 milhões destinados às empresas.

Ainda sem noção O BNDES, por sua vez, informou que, desde o início deste ano, já previa uma baixa nos desembolsos, mas que não tem uma projeção do recuo total que haverá em 2015.

Operação... Os Correios esperam receber na Black Friday de 2015 um volume de encomendas 20% superior em relação ao registrado em 2014. As entregas serão distribuídas por 43 centros de triagem e cerca de 26 mil veículos.

...de entrega Além de contratar 2.000 funcionários temporários, a estatal vai reforçar o trabalho nos finais de semana e o atendimento do pós-venda.

Estudo extra A Ensina Mais, franquia do grupo Prepara que oferece reforço escolar, pretende abrir 90 unidades em 2016 em São Paulo. Hoje, a empresa tem cerca de 30 pontos na cidade e 200 no país.

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Hora do café

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN


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