Folha de S. Paulo


Inflação vai "despencar", afirma diretor do Bradesco

Apesar da previsão de inflação alta no primeiro trimestre deste ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no segundo semestre vai "despencar", disse Octavio de Barros, diretor do departamento de estudos econômicos do Bradesco.

"Ninguém deve se assustar com a inflação do primeiro trimestre, que estará rodando anualizada e dessazonalizada em torno de 13,5% [excluindo impactos sazonais do trimestre e considerando a média projetada para 12 meses]."

As expectativas de inflação para o ano que vem são fundamentais para a decisão do Banco Central em relação à taxa Selic, e, para o economista do banco, elas serão muito influenciadas pela inflação do segundo semestre.

"Não acredito que a alta deste primeiro trimestre vá contaminar as expectativas para 2016", acrescentou Barros, que participou do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, na semana passada.

Sérgio Lima/Folhapress
Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco
Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco

Uma prova disso, na avaliação do economista, foi o descolamento de expectativas de mercado para 2016 das projeções para este ano.

Para 2016, as expectativas, medidas pelo boletim Focus, estavam paradas há algum tempo e apresentaram queda de 5,70% para 5,60%, segundo dados do BC divulgados na segunda (26).

Ao mesmo tempo, as estimativas para o IPCA deste ano pioraram. Para o Bradesco, o índice deve ficar em 3,45% no primeiro trimestre.

A correção de preços administrados é muito localizada, a economia cresce muito abaixo do seu potencial e o câmbio vai se manter alto, diz. O banco projeta câmbio médio anual de R$ 2,70 e
R$ 2,75 no final de 2015.

A possibilidade de os EUA adiarem a retirada de estímulos para 2016 e os pacotes europeu e japonês de relaxamento quantitativo apontam para um real apreciado.

"Há liquidez e juros altos, não consigo ver o real depreciando muito. Apesar de não ser meu cenário-base, não é impossível a inflação atingir o centro da meta em 2016. Para a renda fixa, estimo entrada entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões, o que reforça uma inflação comportada no segundo semestre."

Para 2015, o banco revisou a projeção de inflação de 6,8% para 7%. No segundo semestre, anualizada, cai para 5%.

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Brasileiras ficam no fim da lista de melhores cidades para estrangeiros

Os problemas de segurança colocaram as cidades do Brasil na metade final do ranking dos melhores locais do continente americano para expatriados viverem.

Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo ficaram em 41º, 42º e 43º, respectivamente, na lista -com 59 localidades- elaborada pela consultoria ECA International, especializada em expatriação. Bons locais para morar, escolas de qualidade e disponibilidade de serviços garantiram que o desempenho não fosse pior.

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A qualidade do ar, a infraestrutura, as instalações médicas e as baixas taxas de crimes e de riscos à saúde levaram Toronto, no Canadá, ao primeiro lugar do ranking.

Santiago foi o município da América do Sul melhor classificado, em 34º.

No ranking asiático, Cingapura ocupou o primeiro lugar. No europeu, Dublin foi a melhor colocada. Em seguida, apareceram Copenhague e Zurique.

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Baixa energética

O consumo de energia no mercado livre (de grandes consumidores, como fábricas) caiu 9,54% em dezembro na comparação com o mês anterior, segundo a comercializadora de energia Comerc.

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"O preço do teto da energia recuou de R$ 822 por MWh para R$ 388 por MWh, a partir de janeiro. Para aliviar os prejuízos das operações ainda sob um custo de energia mais alto, a indústria antecipou as paradas", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc.

Nos últimos doze meses até dezembro, a demanda por energia registrou nove baixas e fechou em queda de 1,83%.

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Na corda bamba

As companhias ainda relutam em fazer a gestão de risco de forma estruturada em seus departamentos. Essa é a principal conclusão de um estudo feito pela corretora e consultoria de seguros Aon.

O levantamento classificou a maturidade das empresas no controle dos riscos em uma escala que varia de um a cinco. Quanto mais próximo do nível cinco, mais avançada é considerada a gestão.

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A maior parte dos grupos (56,2%) ficou entre os patamares dois e três, considerados básico e definido. Apenas 0,6% têm nível avançado. A média global foi de três.

"Esses resultados mostram que as empresas ainda possuem lacunas na avaliação, tanto dos riscos mais iminentes como dos que ainda nem existem", afirma Alexandre Botelho, diretor da companhia no Brasil.

"Analisar os riscos torna o negócio mais seguro", diz.

A pesquisa foi feita em parceria com a Universidade Wharton, da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Foram entrevistados executivos de cerca de 700 empresas.

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Impulso alemão

A expectativa dos alemães com a economia do país subiu oito pontos em janeiro, na comparação com o mês anterior, segundo pesquisa da consultoria GfK.

O indicador atingiu 22,5 pontos, em uma escala que vai de -100 a 100, na qual números mais elevados representam maior otimismo.

Entre os motivos para a alta, estão a queda dos preços da energia no país e a depreciação do euro. Os dois fatores deverão agir como um estímulo às exportações, segundo o relatório da empresa.

Foram entrevistados cerca de 2.000 consumidores.

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Novas... A rede de escolas de idiomas Yes!, que tem sede no Rio de Janeiro, planeja a abertura de 30 unidades neste ano. Hoje, o grupo tem 149 pontos em operação.

...línguas Em São Paulo, a empresa pretende ampliar o número de unidades de 13 para 24. Uma das escolas será aberta em fevereiro, no bairro de Paraisópolis.

Vinho... A vinícola Miolo fechou um contrato com a KLM, que oferecerá em seus voos um vinho feito exclusivamente pela marca brasileira para a companhia holandesa.

...a bordo Serão enviadas 14 mil garrafas para a primeira classe e a classe executiva dos voos. O contrato foi mediado pela Activin B.V., importadora da Miolo na Holanda.

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com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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