Folha de S. Paulo


E Ganso sumiu

Com tristeza é obrigatório dizer que a ida de PHG para o banco de reservas se impôs.

Sem ele, apesar dos erros de Rogério Ceni e do bandeirinha, o São Paulo foi muito mais rápido e vibrante do que vinha sendo.

Por mais que não goste, o meia não tem do que reclamar. Se Pato reclama, sem razão, da falta de sequência no Corinthians, Ganso teve todas as chances, até em prejuízo de Jadson, erro que a bola vai punindo.

Nos 45 primeiros minutos do San-São, oportunidade mesmo quem criou para o Santos foi Rogério Ceni, em péssima saída de bola.

Já o Tricolor, além de ter criado muito mais, teve contra si dois impedimentos criminosamente assinalados por um bandeirinha que, imagine, estará na Copa do Mundo. Assim, o 0 a 0 do primeiro tempo mentiu.

O segundo tempo foi ainda melhor, porque o Santos ameaçou mais, embora o São Paulo tenha mantido a superioridade.

Aos 25, para mostrar que não tem vocação para Dalila, Muricy fez Ganso entrar. Pouco antes Ceni fizera milagre em cabeçada de Damião.

Você viu o Ganso? Ninguém viu, a não ser numa caneta como sabe dar.

Coincidência ou não, ele entrou e o Santos melhorou para manter o 0 a 0 no placar. Mas ele não joga mais lá.

CORINTHIANS CRESCE

O time melhorou com Jadson –e Romarinho dá sinais de querer virar protagonista.
Já o zagueiro Cléber teve a felicidade que faltou ao bom Felipe –e que segue, por ausente, martirizando o centroavante Guerrero.

Mas nem com dois volantes marcadores Mano Menezes tem conseguido evitar as avenidas Uendel e Fágner, bons no apoio, deficientes atrás.

SOBRE NEYMAR

Está certo dizer que o Santos ganhou com Neymar. Ponto. E que fez muito bem em mantê-lo enquanto deu.

O que não invalida o fato de ter sido uma negociação amoral, mesmo que, no Brasil, legal –porque na Espanha parece não ter sido, tanto que Sandro Rosell renunciou quando queria se reeleger.

Amoral porque houve a mentira mantida por um tempão de que os Neymar não haviam recebido um tostão do Barcelona. Também porque o craque já era do Barça antes de enfrentá-lo na final do Mundial, pecado mortal. E ainda porque, além do Santos, a Fifa levou belo drible em sua frouxa regra que procura evitar aliciamento.

Um adiantamento de € 10 milhões, mesmo que a este se dê o apelido de empréstimo, é o quê?

Finalmente, sendo o mundo da cartolagem o que é, de fato, pode-se argumentar que quem rouba ladrão...

TARDELLI, FELIPÃO!

Não é lóbi (quem sou eu?), é constatação: se alguém merece é Diego Tardelli na seleção.

DRUMMOND DE NOVO

É humilhante, mas tem de ser registrado: a Companhia das Letras relançou "Quando É Dia de Futebol", de Carlos Drummond de Andrade.

Deveríamos parar de escrever sobre o tema...


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