Desço do carro revisando mentalmente a tarefa que fiz. Entro pelo portão da escola, corro para a classe, sento e começo a arrumar na carteira o material para a primeira aula.
Então, aquela pessoa do lado vem se aproximando com cara de inocente e preocupada. Ah, já até sei o que vai perguntar.
— Você fez a tarefa?
A típica pergunta do dia a dia. Respondo que sim, meio estressada, pois também sei a pergunta que vem a seguir.
— Me empresta? É rapidinho, juro! É que ontem foi muito corrido e não entendi nada!
Me dá vontade de gritar: "Eu não sou a Wikipédia para copiar e colar!". Mas me contenho ao desejo de fazer isso e aceito, estendendo meu caderno. Se falo que não, virá uma cara feia. Argh! Não aguento mais!
Um dia, porém, a professora avisa que quem copiasse levaria advertência e quem emprestasse, também!
No outro dia, a história repete-se e digo que não vou emprestar. Ela faz cara feia e outra pessoa aceita emprestar. Adivinha quem levou advertência? Ela!
| Ilustração de Pedro Coelho | ||
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Ana Laura Soares Marins, 13, de Botucatu (SP), é a colunista convidada deste mês.