Folha de S. Paulo


Previdência é opção de aplicação de longo prazo para quem mora fora

Planos de previdência poderão ser bons ou ruins para os investimentos de longo prazo para quem mora fora do país, dependendo dos custos em taxas de administração e de carregamento da aplicação selecionada. Por isso, para o horizonte desejado (dez anos), é importante estar atento principalmente a essas variáveis.

Caso a taxa de carregamento seja nula e a administrativa seja inferior a 1%, a rentabilidade desses planos poderá ser considerada bastante competitiva frente às demais modalidades disponíveis no mercado, tornando-os mais interessantes e sólidos para o longo prazo.

De qualquer forma, é fundamental avaliar com cautela as opções de previdência disponíveis, uma vez que cada instituição financeira oferecerá condições diferentes, cabendo ao investidor estabelecer qual delas se adéqua melhor às suas necessidades. Nesse caso, naquelas em que as despesas administrativas são menores e, por consequência, o retorno é maior.

Por mais que apresentem ganho fiscal, os planos de previdência com taxas elevadas podem se tornar desinteressantes. Isso ocorre com a poupança, na qual não há cobrança de impostos, mas os ganhos mensais mal conseguem cobrir a inflação.

VOLTA AO BRASIL

Já em relação aos R$ 50 mil deixados na conta-corrente, assim como os R$ 5.000 mensais disponíveis para investimento mencionados em sua pergunta completa, antes de definir qual a melhor forma de aplicar, é importante estabelecer se há interesse em retornar ao Brasil ou se o plano é permanecer no exterior.

Caso não haja previsão de retorno, o capital investido em reais estará muito exposto ao risco cambial, que é absolutamente imprevisível e se torna, de tempos em tempos, um entrave financeiro.
Nessa situação, seria mais interessante aplicar em alguma ferramenta local que eliminasse tal incerteza.

Se a ideia for, de fato, regressar ao país futuramente, é aconselhável direcionar o montante para as Letras do Tesouro, tanto as antigas NTN-B quanto a NTN-B Principal, que foram renomeadas para Tesouro IPCA+ Juros Semestrais e Tesouro IPCA+, respectivamente.

Esses papéis têm baixo risco no longo prazo e são atrelados à inflação, garantindo o pareamento do poder de compra no longo prazo -uma característica essencial se a ideia for usar esse recurso apenas no futuro.

Como o Brasil tem uma das maiores taxas de juro real (ou seja, acima da inflação) do mundo, é importante estar vinculado a um investimento que compense as oscilações do mercado e ainda ofereça um adicional em termos de rentabilidade. Esse é o caso do Tesouro, que hoje paga o IPCA acrescido de 6,5% a 6,6%, dependendo do prazo do título.


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