Folha de S. Paulo


Vício no email? Economistas ensinam como lidar

Assim que o despertador toca, qual é a sua primeira ação? Para 80% dos entrevistados, segundo pesquisa da IDC Research, é checar o celular. E entre os maiores vícios no smartphone tem um que reina soberano: o vício no e-mail. A vontade de saber se você não recebeu algo importante recebeu até uma terminologia: nomofobia, a fobia de ficar sem o celular e sem um meio de comunicação.

O hábito de checar os emails de forma insistente atrapalha a sua concentração e acaba com a produtividade. Em vez de poder focar algum tempo nas suas atividades, você se interrompe regularmente para ver se não há nenhuma informação vital na sua caixa de entrada - ou, pelo menos, algo que possa te distrair do relatório maçante que você precisa escrever.

E pode até haver um e-mail importante de um cliente ou do seu chefe, mas junto vem o vídeo engraçado, a piada do amigo... Tudo o que colabora apenas para a sua procrastinação.

Falamos aqui em e-mail, mas o mesmo vale para as redes sociais, grupos de Whatsapp e assim por diante - todas as ferramentas de comunicação instantâneas.

Em "Previsivelmente Irracional", o autor Ariely cita a Teoria do Reforço do psicólogo B.F. Skinner. Segundo um experimento de Skinner, se um rato recebe uma recompensa (alimento) depois de realizar uma tarefa (apertar um botão), após um número determinado de vezes ele aprende a prever o resultado e aperta o botão apenas quando está com fome.

No entanto, se a recompensa surge de forma aleatória, sem ter como prever quantos vezes ele terá que apertar o botão, os ratos continuavam a apertar o botão por muitas e muitas vezes.

Troque o "apertar o botão" por "checar o e-mail" e você conseguirá entender o nosso ponto. Não temos como prever quando receberemos algo importante no e-mail (a recompensa). Por isso, continuamos a verificar de tempos em tempos a nossa caixa de entrada. Não há nada mais aflitivo do que a notificação de um novo e-mail do que quando estamos esperando notícias sobre um novo emprego, por exemplo.

Uma forma de lidar com esse vício é desabilitar as notificações automáticas de e-mail. Desta forma, você reduz a quantidade de distrações que tem no seu dia e precisa ir até a sua caixa de entrada para descobrir se tem algo lá te esperando. As notificações só levam à procrastinação. Se você está concentrado em alguma tarefa, não é lembrado que recebeu um e-mail que pode ou não ser importante o tempo todo.

Além disso, você pode usar as diversas ferramentas de produtividade que existem atualmente. Você pode configurar seu celular para avisar com um toque diferente quando recebe um e-mail de uma fonte importante, por exemplo. Assim, a recompensa passa a existir cada vez que a notificação toca - e a sua ansiedade diminui.

Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças Femininas: Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Benvirá) com Samy Dana


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