Folha de S. Paulo


Panorama Econômico

Panorama Mundo

Nos EUA, a semana foi marcada pela divulgação de inúmeros indicadores econômicos e pelo relaxamento das restrições econômicas contra Cuba. O índice de preços ao consumidor teve queda de 0,4% em dezembro, puxado pela queda dos preços de energia. No entanto, o dado que mais afetou o otimismo na recuperação dos EUA foi a queda de 0,9% nas vendas no varejo em dezembro. Por outro lado, o aumento nos dados preliminares da confiança do consumidor para janeiro contrabalanceou o dado negativo. A leitura foi de 93,6 em dezembro para 98,2 em janeiro.

O Federal Reserve (BC americano) espera que a expansão da economia americana continuará em ritmo "modesto e moderado". A afirmação foi feita no Livro Bege, divulgado pela autoridade monetária no último dia 15 e servirá de base paras as decisões de política monetária do país.

No mercado financeiro, os índices norte-americanos fecharam em alta na sexta-feira, puxados pelo avanço do petróleo. Nasdaq subiu 1,39%, Dow Jones e S&P 500 tiveram alta de 1,10% e 1,34%, respectivamente.

Já na Europa, a semana passada foi marcada pelas agências de rating e por ações do Banco Central da Suíça. Na sexta-feira, a Moody's cortou o rating soberano da Rússia para a última escala do grau de investimento (Baa3). A decisão se deve a queda substancial dos preços de petróleo e ao choque cambial pelo qual passa o país. Enquanto a Fitch Ratings colocou mudou a perspectiva de rating da Grécia para "negativo", devido à incerteza política no país.

No mercado cambial, a decisão do BC suíço surpreendeu investidores e o FMI. O presidente da autoridade monetária daquele país, Thomas Jordan, anunciou o fim do teto de valorização do franco suíço de 1,2 ante o euro. Só o Citigroup teve um prejuízo de US$ 150 milhões com a medida.

Para esta semana, os investidores esperam a decisão do Banco Central Europeu sobre mais estímulos para a economia do bloco. A deflação continua a reforçar as expectativas sobre um relaxamento monetário após a queda de 0,2% no índice de preços aos produtores em dezembro na zona do euro.

No Japão, foi anunciado o Orçamento para 2015. Pela primeira vez em sete anos o país precisará de menos de 40 trilhões de ienes (US$ 340 bi) para financiar suas despesas. O que indica que o país está na direção de equilibrar as contas públicas. E, na China, a alta de 9,7% nas exportações e queda de 2,4% nas importações reforçam a dependência do país no mercado externo. E analogamente indica uma fragilidade na demanda interna.

Nesta semana serão divulgados o PMI industrial alemão, PMI HSBC industrial da China, vendas no varejo do Reino Unido e o Economic Sentiment da Alemanha. Contudo, o foco dos investidores está concentrado na reunião do Banco Central Europeu de 22 de janeiro.

Panorama Brasil

No Brasil, a semana passada foi marcada por dados negativos. Houve queda de 0,4% no emprego e 4,9% no faturamento da Indústria em novembro e o índice de atividade do BC ficou praticamente estagnado em 0,04% de alta no mesmo mês. Segundo a Serasa, houve queda de 0,2% na atividade econômica.

Já no mercado financeiro, o Ibovespa fechou a segunda-feira em queda de 2,57%. O resultado negativo foi puxado fortemente pela interrupção intencional de energia ocorrida no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, o que reforça a fragilidade da situação energética e hidráulica do país. Light, Cemig e Copel fecharam em queda maior que 5%.

O dólar comercial fechou em alta de 1,32% a R$ 2,65, reagindo a movimentos no exterior e ao já citado corte de energia.

Na semana ocorrerá a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC); analistas esperam uma elevação da taxa básica de juros. Também serão divulgados o IPCA-15 e o IPC Fipe.

Texto em parceria com Luca Mosena, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV


Endereço da página: