Folha de S. Paulo


Maravilhosa, mas a que preço?

Que os preços de restaurantes em São Paulo estão pela hora da morte, já sabemos. Mas, no Rio de Janeiro, a situação parece ser ainda mais extrema. Como os cariocas conseguem sair para comer fora, sinceramente, não sei.

Uma semana na cidade maravilhosa me deu a certeza de que comer no Rio está mais caro do que comer em São Paulo.

O primeiro susto foi em um café da manhã em uma "bakery" (padaria parece ser uma palavra muito feia para que o estabelecimento estampe na frente, certo?) em Copacabana. Café com leite, suco, ovos mexidos, pão, presunto e queijo por R$ 70!

E não era em um "lugar da moda", cheio de celebridades, mas em um ponto tradicional de Copa, frequentado pelos moradores.

À noite, um jantar em um restaurante tailandês na zona sul, com entrada, um prato principal e um drinque, saiu por R$ 150 por pessoa.

Em outro restaurante, que nada tinha de "sofisticado", um mojito custava R$ 27 (quase R$ 30 com os 10% de serviço).

E na praia? Que tal pagar R$ 5 por um milho cozido na orla de Ipanema? E descobrir que o mesmo milho custa R$ 3 quando se cruza a fronteira de Copacabana?

Para não precisar fazer greve de fome, recorri aos salvadores de sempre: a Rotisseria Sírio Libanesa (lgo. do Machado, 29, lojas 16 e 32, Catete, tel. 0/xx/21/2557-2377), o Crack dos Galetos (av. Prado Júnior, 63, Copacabana, tel. 0/xx/21/2275-2095) e a Pastelaria Chic's (rua dos Andradas, 51, Centro), onde ainda é possível matar a fome sem matar o bolso.

E tive a sorte de encontrar o My Thai (rua Fernandes Guimarães, 82, Botafogo, tel. 0/xx/21/3172-5566), um simpático restaurante tailandês que parece um fast food, onde você paga no balcão. Lá comi um "pad thai" muito bom que saiu por menos de R$ 30.

Com todos os cariocas que comentei sobre o escalpelamento dos preços na cidade, a resposta foi sempre a mesma: "Imagina na Copa!".


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