Folha de S. Paulo


Papiro mais antigo do Egito é exposto pela primeira vez

Divulgação
"Papiro em exposição no Museu Egípcio do Cairo"

O Museu Egípcio no Cairo expôs nesta quinta (14) pela primeira vez o papiro mais antigo já encontrado, que remonta à época do faraó Keops, que reinou no Antigo Egito há mais de 4.500 anos.

Este manuscrito excepcional foi descoberto junto com outros papiros em 2013 por uma equipe de arqueólogos franceses e egípcios na região de Wadi Al Jarf, no sudeste do Cairo, às margens do Mar Vermelho.

O documento menciona os trabalhos de construção da Grande Pirâmide de Gizé, ao oeste do Cairo.

"Trata-se do texto escrito mais velho" descoberto no Egito, disse à AFP Sayed Mahfuz, um dos arqueólogos da equipe que encontrou o papiro, que estava em pedaços. "Há mais de mil fragmentos", acrescentou.

O objeto será exibido durante duas semanas no Museu Egípcio, que abriga as mais belas peças do tesouro faraônico do país.

Este papiro "conta o cotidiano e o estilo de vida dos operários do porto [de Wadi Al Jarf]", segundo um comunicado do Ministério de Antiguidades.

"Conta que os operários participaram da construção da grande pirâmide" de Keops em Gizé, acrescenta a nota.

A pirâmide, construída há mais de 4.500 anos, é considerada uma das sete maravilhas do mundo da Antiguidade.

Um dos documentos era um "diário do funcionário público Merer (o amado, em língua faraônica) com estatísticas e detalhes administrativos" de seu trabalho, que mostra que o reinado de Keops durou mais de 26 anos, disse Mahfouz.

Antes da descoberta do papiro, havia poucos detalhes disponíveis sobre a duração do reinado do famoso faraó da IV dinastia.

Merer liderou uma equipe de cerca de 40 marinheiros, segundo o comunicado do Ministério de Antiguidades.

O papiro registra "o trabalho da sua equipe, que transportava blocos de pedra calcária das jazidas de Torah, na beira do Nilo, até a pirâmide de Keops, no planalto de Gizé", de acordo com a mesma fonte.


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