Folha de S. Paulo


Os sete dias que abalaram (e derrubaram) Blatter, o homem mais forte do futebol mundial

Após 17 anos na presidência da Fifa, o suíço Joseph Blatter, 79, renunciou ao cargo na última terça-feira (2) em meio aos escândalos de corrupção divulgados na semana passada pelas autoridades americanas.

1 - PRIMEIRO BAQUE (quarta-feira - 27.mai)

A dois dias da eleição para presidência da Fifa, Joseph Blatter, virtualmente eleito para o quinto mandato, acorda com a notícia da detenção de sete cartolas ligados à entidade –entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin– pelas forças policiais suíças em Zurique a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e do FBI.

Ennio Leanza - 27.mai.2015/Efe
Carro da polícia é estacionado em enfrente ao luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, em Zurique
Carro da polícia é estacionado em enfrente ao luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, em Zurique

2 - ADMISSÃO DE CRISE (quinta-feira - 28.mai)

Blatter afirma que a Fifa vive crise "sem precedentes" e que "mais notícias ruins virão", enquanto um de seus principais opositores, Michel Platini, presidente da Uefa, relata que pediu ao suíço que renunciasse; no mesmo dia, o mandatário da CBF, Marco Polo Del Nero, suspeito de ser coconspirador na investigação, deixa às pressas congresso e retorna para o Brasil

Patrick B. Kraemer - 29.mai.2015/Efe
Platini durante o Congresso da Fifa em Zurique, na Suíça
Platini durante o Congresso da Fifa em Zurique, na Suíça

3 - ELEITO, MAS SEM FORÇA (sexta-feira - 29.mai)

Blatter é reeleito para seu quinto mandato na Fifa, mas a vitória sobre o príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein demonstra o desgaste do presidente: com 133 votos contra 73 do rival, ele não consegue o triunfo no primeiro turno.

29.mai.2015/Xinhua
Blatter levanta as mãos para comemorar a reeleição para a presidência da Fifa após desistência do príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein
Blatter levanta as mãos para comemorar a reeleição para a presidência da Fifa após desistência do príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein

4 - NA PAREDE (sábado - 30.mai)

Blatter afirma que não teme ser preso e ataca os EUA ao dizer que a investigação que o país conduziu "não cheira bem"; tem de responder, porém, a perguntas sobre repasse de US$ 10 milhões da Fifa em troca de apoio à candidatura da África do Sul para ser sede da Copa de 2010.

Fabrice Coffrini - 30.mai.2015/AFP
Blatter cruza os braços durante Congresso da Fifa
Blatter cruza os braços durante Congresso da Fifa

5 - TIROTEIO (domingo - 31.mai)

Platini ameaça esvaziar competições da Fifa em retaliação a Blatter; o presidente da Federação Sul-Africana de Futebol reconhece que o país transferiu US$ 10 milhões para a Fifa, mas nega que tenha sido para compra de votos para realizar a Copa de 2010.

6 - RESPINGO EM BLATTER (segunda - 1º.jun)

Segundo o "The New York Times", o Departamento de Justiça dos EUA acredita que Jérôme Valcke, abaixo apenas de Blatter na hierarquia da Fifa, movimentou os US$ 10 milhões para pagamentos de propina; o francês diz que não autorizou pagamento; Fifa bane o colombiano Enrique Sanz, ex-dirigente da Traffic nos EUA, apontado na investigação como coconspirador.

Ruben Sprich - 29.mai.2015/Reuters
Blatter (esq.) e Valcke durante Congresso da Fifa em Zurique
Blatter (esq.) e Valcke durante Congresso da Fifa em Zurique

7 - A QUEDA (terça-feira - 2.jun)

Pressionado pelo escândalo, Blatter anuncia que vai deixar o comando da Fifa após 17 anos à frente da entidade; um novo pleito ocorrerá entre dezembro deste ano e março de 2016 –até lá, ele continua presidente

Valeriano di Domenico - 2.jun.2015/AFP
Cadeira de Joseph Blatter antes do anúncio oficial em Zurique, na Suíça
Cadeira de Joseph Blatter antes do anúncio oficial em Zurique, na Suíça

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