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18/03/2014 - 14h51

Comprador de imóvel valoriza inovação; veja os itens que mais pesam

PAULA CABRERA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Economia de água, luz e segurança são diferenciais na hora de vender um imóvel no país –ao menos, do ponto de quem compra.

Segundo pesquisa inédita realizada pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e coordenada pelo Instituto Sensus, o consumidor brasileiro está cada vez mais exigente sobre as inovações na construção e disposto a pagar mais por tecnologias que resultem em maior economia, segurança, conforto e sustentabilidade ambiental.

O levantamento, realizado em 23 estados e no Distrito Federal, ouviu 1.123 pessoas no período de 11 a 15 de maio de 2013. De forma espontânea, os entrevistados apontaram os itens economia (30,2%), segurança (16,3%), conforto (4,9%) e é ecológico (com 4,1%) como os diferenciais mais buscados em um imóvel.

Editoria de Arte/Folhapress

Na pesquisa induzida, o item que mais pesa na escolha são os que garantem economia de energia (21,4%), alarme elétrico (12,7%), economia de água (12,1%), teto solar para geração de energia (8,5%) e monitoramento por câmera (7,5%).

Para Paulo Simão, presidente da CBIC, a pesquisa mostra que há mercado para que as construtoras aumentem o investimento em tecnologia durante a construção. "Com mais investimento e com ganho de escala, essas novas tecnologias terão seu custo reduzido e poderão chegar a um público muito maior", afirma.

De acordo com Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP (sindicato da habitação), a predisposição de o cliente pagar até 10% mais no imóvel para ter as tecnologias sustentáveis é um dado que surpreende. "Sentimos uma pressão muito grande por custo. Apesar de as pessoas gostarem, o foco não é esse", diz.

Em São Paulo, as tecnologias que permitem redução de gastos e maior segurança estão implantadas em condomínios voltados para as classes A e B, e em bairros mais nobres, como Ibirapuera (zona sul), Morumbi (zona sul) e Perdizes (zona oeste).

Vitor Marques, gerente de marketing da Marques Construtora –empresa com projetos mais voltados para famílias com renda entre R$ 5.000 e R$ 7.000– diz que boa parte dessas tecnologias não encarecem a obra. "Qualquer redução de consumo é importante. São coisas simples, como medição individual de água e de gás, e que chegam a representar até 30% do valor do condomínio", avalia.

Os resultados da pesquisa estão sendo apresentados hoje na Feicon (salão internacional da construção), e a expectativa da CBIC é sensibilizar empresas e governo para o emprego de recursos sustentáveis na construção civil.


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